30.6.06

Uma Montagem para Fernanda (ou O Andar)

Ah, essa eterna ternura
Esse andar por entre as flores despercebidas da ruptura
As variantes das avenidas que só nós, fantasmas
Temos coragem de caminhar
Onde o passo delicado do sonho
Encontra a brutalidade sórdida de neocavalos reais
Lacrimejamos perante a força dos animais
Mas sempre nos salvamos
(Guardadores de Rebanhos)

Chamam de fantasmas
os que caminham pelas avenidas de sonhos,
os que sentem dor,
os que não dormem mais,
os inquietos
Chamam de fantasmas,
os que estão realmente vivos e se recusaram a morrer

O sonho é popular
O andar é delicado e não é só

Claus Nardes

Suco de laranja

Que escândalo ver te
Tomando suco de laranja
De olhos escuros até para a noite
Que me lembraram, em um só instante
Eros e sua mãe fascinante


Claus Nardes

O homem que anda em silêncio
Mede cada passo nas pedras do caminho
Com ares que beiram o flauto
É como se fosse pensativo este sozinho

Quebrou o asfalto com seu andar
E das lágrimas deixou brotar
Uma contra-mão invertida
Na curva, de saída só para caminhões


Claus Nardes

Curto

Ma che mao há em ser fiel?