30.6.06

Uma Montagem para Fernanda (ou O Andar)

Ah, essa eterna ternura
Esse andar por entre as flores despercebidas da ruptura
As variantes das avenidas que só nós, fantasmas
Temos coragem de caminhar
Onde o passo delicado do sonho
Encontra a brutalidade sórdida de neocavalos reais
Lacrimejamos perante a força dos animais
Mas sempre nos salvamos
(Guardadores de Rebanhos)

Chamam de fantasmas
os que caminham pelas avenidas de sonhos,
os que sentem dor,
os que não dormem mais,
os inquietos
Chamam de fantasmas,
os que estão realmente vivos e se recusaram a morrer

O sonho é popular
O andar é delicado e não é só

Claus Nardes

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