4.12.05

Passageiro

Sou passageiro de uma coisa inexplicável
Se fosse explicável,
Eu não pagaria passagem!



Claus Nardes

Silêncio

Escutei um barulho na porta
Fui atender...
Mas era só o silêncio,
Esse eterno pregador de peças




Claus Nardes

Além


Os fantasmas me apavoram.
Não pelo "além física"
mas pelo silêncio que trazem
em seus olhos e bocas
Claus Nardes

17.10.05

Zepelim

E de toda a luz que resta
A única a não partir
Deixa se fartar na fresta
Um rosto louco a sorrir
Mas o mundo mudou
E as luzes mudas, dizem sim
Minha alegrias agora voam
Num incerto zepelim


Claus Nardes

18.9.05

Górgona

Se para você a poesia é uma Medusa
Não tema, pode encará-la de frente
pois, já és de pedra


Claus Nardes

11.9.05

Balão de Gás

Poesia, é um balão de gás
Solto no céu azul
Perdido e sem esperança
Visto apenas por uma criança
Aquela que soltou a cordinha!


Claus Nardes

Cruzes

Morreram:
Andorinhas,
Árvores,
Pipas,
Crianças e
Funcionários da Cia. Elétrica!
Só agora entendo
o formato dos postes!


Claus Nardes

7.9.05

Amigos de gás

Amigos são como balões de gás,
em dia de desfile
De repente você olha
E vê, um monte deles
Indo embora pelo céu azul


Claus Nardes

O Invisível

O invisível se perturba
Se distancia do real
Se masturba em folhas coloridas
Geme frases doloridas
E cai
O invisível não se vê
Se distancia do finito
Se prende a um instante torpe
Grita frases de morte
E sai
O invisível vive em delírio
Se distancia do pleno
Se encontra nas delicadas luzes
Deixa coloridas urzes
E vai
O invisível passou por aqui
Deixou rastros de saudades
Saudades que nunca aconteceram
E que nunca irão deixar
De se repetirem


Claus Nardes

Insônia

O Diabo sonha
Deus tem pesadelos
E nós mortais,
temos insônia!



Claus Nardes

Desencontros

Nos caminhos avenídicos da vida
Freqüentemente as pessoas atravessam
Pr’outro lado
As calçadas eternamente paralelas
Tornan-se distantes
Como dois ex-amigos
Como dois ex-amantes



Claus Nardes

Vento e movimento

O movimento
O vento
Só não se movimenta no vento
Quem tem alma de cimento



Claus Nardes

Saúde

Os velhinhos que bebem sem saúde
Brindam!
Um novo dia, quem sabe?
Felizes, dizem:
-Saudades!

Claus Nardes

E a Nave se foi...

E a nave se foi
sem rumo, nem direção
era um barco de papel
que me escapou da mão

E a nave se foi
não deu tempo de segurar
era uma cavalo louco
feito de pó estelar

Claus Nardes